quarta-feira, 8 de março de 2017

Que me importa o que faz o outro homem, quando a palavra final é Tua, Senhor?
Se eles recorrem a caminhos funestos de ausência, vaidade e egoísmo, nada poderei fazer.
Mas Tu podes, ó Pai!
Sendo assim, que me interessa o livre arbítrio do outro,
se és Tu, quem dirige os destinos, os encontros aleatórios, os passos acertados ou atrasados, meu Pai?

Costumava dizer em outros tempos "Meus passos já tracei, meus planos já estão definidos".
Mas o Senhor, por amor, me fez tropeçar, ralar-me os joelhos e na estrada chorar,
longe daqueles que em outros caminhos se perderam,
por que Tu me disseste, Senhor, que as Tuas estradas são seguras, mesmo que minha mente escureça às vezes
e mesmo que os outros corram para longe de mim,
a Ti pertence o mapa da vida.
Já não mais caminho sozinha, e digo: de que adianta crer que os outros caminham a sós também,
quando é a Tua mão invisível que orquestra as circunstâncias?
Já não mais vivo por minhas próprias escolhas
e as emboscadas do inimigo não me intimidam, pois o Senhor, em sua infinita sabedoria faz que sua vontade se cumpra
mesmo pelo mal que me é feito.

Quando quis chorar, para o Teu colo corri; quando quis murmurar, a Ti louvei.
Não por crer no homem; mas por amor a Ti, minhas chagas aceitei.
Deixei que usasse minha dor para que provasse a minha fidelidade
"Sofro, choro, mas aceito, por amor a Você, que também já chorou por mim."
Já não mais me queixo, me alegro mesmo na dor
pois assim tenho a chance de Te provar a minha fidelidade
e de Ti não desconfiarei.
Se vierem os fatos para zombar de mim, lembrarei do que me disseste em outrora
e não recuarei.
E mesmo que o Inimigo torne a invadir meu sonho,
eu sigo dizendo, Ó Pai: em Tuas sagradas mão eu depositei minha esperança,
e delas não me atrevo a retira-la jamais.